Infâncias “prolongadas”: A Educação Física e o desenvolvimento de jovens no Instituto Federal de Educação do Espírito Santo - um resgate da formação integral

Nome: BIANCA BISSOLI LUCAS

Data de publicação: 26/02/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FELIPE QUINTAO DE ALMEIDA Orientador

Resumo: O Programa Nacional de Integração a Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (PROEJA), foi formalizado pelo Decreto n.o 5.478/2005 e posteriormente, alterado pelo Decreto n.o 5.849/2006. A oferta do PROEJA passou a ser obrigatória nas Instituições Federais de Educação, e ampliou a possibilidade da Educação de Jovens e Adultos. Neste contexto, emerge a presente pesquisa, cujo objetivo principal é compreender como se caracteriza a práxis do componente curricular Educação Física, ofertada no PROEJA em um campus do Instituto Federal de Educação. Este estudo, caracteriza-se como uma pesquisa de enfoque qualitativo, de natureza etnográfica, partindo da observação e do contato direto do pesquisador com o objeto de estudo, utilizando-se de técnicas que envolveram observações diretas, registros de diário de campo, entrevistas, aplicação de questionários e análise de documentos institucionais. Os resultados da pesquisa apontam que: a) o PROEJA no Instituto pesquisado vive questões marcadas pela discriminação sofrida pelos jovens e adultos que retornam ao estudo, opondo-se à concomitante busca e defesa de uma educação que contribua com o resgate da dignidade; b) revelaram tensões existentes entre os professores de Educação Física, e os Coordenadores pertencentes ao projeto de formação do PROEJA, o que nos indica que as relações com a comunidade escolar, constitui-se num espaço de relações onde o poder e o prestígio exercem influência no desenvolvimento do currículo; c) os dados quantitativos apontaram para uma experiência positiva dos estudantes com a Educação Física, que se iniciou na experiência escolar anterior, e que resultou em aprendizagens coincidentes nas diferentes vivências escolares, centradas principalmente na prática desportiva, preservação da saúde, e outros desmembramentos, como o trabalho em equipe; d) predominância de docentes que concluíram seu curso de graduação, antes da década de 1990, ou seja, uma formação de caráter instrumental e biológico, centrada nas práticas desportivas, corpo forte e saudável e no desenvolvimento da aptidão física; e) A formação docente vem impactando na prática da Educação Física, na formação dos sujeitos e na permanência da oferta da disciplina no PROEJA, uma vez, que a prática tecnicista, não é compatível com o objetivo de formação integral e emancipadora do PROEJA; f) parece ser necessária, a redefinição da função social e legitimação da Educação Física, e o compromisso deste componente em disseminar os seus diversos conhecimentos, a partir das ações educativas, ligadas ao projeto do PROEJA, com a presença de um tratamento didático, no sentido de contribuir com a formação integral de sujeitos críticos e autônomos, conforme objetivos da modalidade; g) a não adesão, e até mesmo um desconhecimento dos professores de Educação Física, com as propostas educacionais existentes; h) a não materialização da educação integral nas práticas pedagógicas. Esta pesquisa evidenciou vários desafios a serem vencidos para consolidação pedagógica da Educação Física no PROEJA. Desta forma, entendemos que o protagonismo e a responsabilidade docente, passa a ter uma relevância fundamental, para a identidade e legitimidade pedagógica deste componente curricular neste contexto educacional.

Palavras-chave: Educação Física; PROEJA; Prática Pedagógica; Educação Integral.

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